FPI do Rio São Francisco apura contaminação de água de consumo humano por agrotóxico

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Arapiraca/AL – Durante sua passagem pelo agreste alagoano, a Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) coletou 12 amostras de água para saber se há contaminação por agrotóxicos do recurso hídrico destinado ao consumo humano. A coleta ocorreu nos municípios de Arapiraca, Jaramataia e Craíbas.

As três cidades foram escolhidas para testagem por terem em seus territórios áreas de plantação de fumo e outros tipos de cultivos que usam agrotóxicos. “Quem se destaca nesse sentido é Arapiraca, que faz parte dos 13 municípios da Vigilância de População Expostas ao Agrotóxicos do Ministério da Saúde”, explica a coordenação da equipe de Água e Saneamento da FPI.

Durante as visitas aos municípios fiscalizados, a FPI do Rio São Francisco coletou as amostras e as levou para o Laboratório Municipal de Arapiraca. Agora, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública de Alagoas (Lacen/AL), o material terá como destino a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Na 13º Etapa da FPI do Rio São Francisco, foram retirados de circulação 1.005 litros e 113,8 kg de agrotóxicos irregulares pela equipe de Produtos Perigosos.

Parceria com Secretaria

Além da coleta destinada à Fiocruz, a FPI do Rio São Francisco garantiu mais de 150 amostras de água de consumo humano para saber como estava o tratamento dela. São observadas na análise do líquido os parâmetros sentinelas: Cloro Residual Livre-CRL, Turbidez, Coliformes Totais e E.coli.

Em 85% dos casos sob estudo, a água foi considerada tratada, mesmo que com tratamento mínimo, que é a cloração. Trata-se do processo de adição de cloro para purificar o recurso hídrico e torná-lo apto para as pessoas consumirem.

Foram os técnicos do Lacen/AL que realizaram a análise da água no espaço cedido pela Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca. A parceria com o Município foi condição de realização do estudo, já que nesta edição a FPI do Rio São Francisco estava sem laboratório-móvel.

A secretária municipal de Saúde, Rafaella Albuquerque, comemorou a parceira com a força-tarefa. “Fico feliz por ceder nosso Laboratório Municipal de Arapiraca para realização da análise das amostras de água coletadas nesse processo. Isso vai permitir que a gente compreenda como está a qualidade da água na nossa região”, pontuou a gestora.

Já o superintendente de Vigilância em Saúde, Evandro Melo, lembrou da obrigação de os municípios de Alagoas cumprirem as metas de análise da água junto à Secretaria do Estado de Saúde.

“A passagem da FPI do Rio São Francisco pela região permitiu que os municípios do agreste, entre eles o de Arapiraca, levassem amostras de água, aumentando assim o quantitativo de material de estudo obrigatório”, disse.

A equipe

A equipe de Água e Saneamento da FPI do Rio São Francisco verifica nos municípios o abastecimento de água e a qualidade da água para consumo humano disponibilizada pelas concessionárias de serviço público. Ela também fiscaliza os recursos hídricos de áreas privadas, entre elas, condomínios e empresas.

O propósito dessa fiscalização é proteger a saúde da população e prevenir doenças de veiculação hídrica. Também se busca garantir o tratamento adequado do recurso natural, conforme a legislação vigente.

Uma segunda atribuição da equipe passa por verificar o esgotamento público e privado, abrangendo as áreas urbana e rural. Os municípios devem tratar seus esgotos por meio de estações de tratamento, que evitam proliferação de doenças nos territórios.

Fazem parte da equipe de Água e Saneamento a Secretaria de Estado de Saúde, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, o Instituto do Meio Ambiente, o Batalhão de Polícia Ambiental e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas.

A FPI do Rio São Francisco

A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) iniciou a sua 13ª etapa de ações em defesa do Velho Chico e da população ribeirinha localizada no Estado de Alagoas. Seu objetivo é melhorar a qualidade ambiental da Bacia do Rio São Francisco e a qualidade de vida dos seus povos. Os trabalhos acontecem de forma contínua e permanente. Para isso, realizam-se o diagnóstico dos danos ambientais e a adoção de providências administrativas, cíveis e criminais com a indução de políticas públicas.

FPI em Alagoas

Ao todo, 28 instituições/órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada compõem a FPI do Rio São Francisco em Alagoas. Eles são divididos em 13 grupos conforme a finalidade da fiscalização. Trata-se das equipes 1) Extração Mineral e Resíduos Sólidos; 2) Produtos de Origem Animal; 3) Recursos Hídricos; 4) Aquática (Pesca Predatória e Segurança no Transporte Aquaviário); 5) Produtos Perigosos; 6) Fauna; 7) Centros de Saúde; 8) Flora; 9) Educação Ambiental; 10) Comunidades Tradicionais; 11) Gestão Ambiental; 12) Segurança de Barragens; e 13) Projeto Sede de Aprender.

A FPI do Rio São Francisco em Alagoas é coordenada pelo CBHSF, MPE, MPF e BPA/PMAL, que desenvolvem os trabalhos de inteligência, organização e divulgação das atividades e resultados para a população.

Participam da FPI AL: a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal)Agência Nacional de Mineração (ANM), Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal)Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Estado de Alagoas (BPA/PMAL)Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Francisco (CBHSF), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea/AL)Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas (CRMV/AL), Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região (CRT-3), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Fundação Cultural PalmaresInstituto Hori, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), Instituto Para Preservação da Mata Atlântica (IPMA)Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)Marinha do Brasil, Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE), Ministério Público Federal em Alagoas (MPF)Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas (OAB/AL), Polícia Rodoviária Federal (PRF)Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH)Secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (SEMUDH)Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), SOS CaatingaTribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE/AL) e Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

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