FPI do Rio São Francisco interdita parque aquático em Girau do Ponciano

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Girau do Ponciano/AL – A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) interditou, nesta sexta-feira (3), um parque aquático localizado no Município de Girau do Ponciano. A força-tarefa flagrou o despejo da água vinda de piscinas e de tanques de peixes de “pesque e pague” direto em um açude do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).

Crédito Comunicação FPI AL

De acordo com a coordenação da Equipe de Segurança de Barragens, o lançamento de efluentes no açude interfere no equilíbrio do meio ambiente local, com alteração da quantidade e qualidade dos recursos hídricos.

“A água da piscina carrega elementos que vêm dos banhistas, como protetor solar e bronzeador. A água dos tanques de ‘pesque e pague’ carrega em si a ração e os dejetos do peixe. Quando a água que parte da piscina passa pelos tanques de peixes e, na sequência, é lançada no açude, ela fomenta a eutrofização, ou seja, um aumento do número de algas no corpo hídrico, indisponibilizando o uso do recurso hídrico. Isso, consequentemente, prejudica a piscicultura exercida no açude”, explica a coordenação.

Além de lançar efluentes sem qualquer tratamento no corpo hídrico, a empresa deixou de apresentar licenças ou outorgas dos órgãos de defesa do meio ambiente para captação de água subterrânea, captação de água superficial, prática de piscicultura e construção de pousada dentro do parque. Até estar completamente regularizada, a pousada também fica impedida de funcionar.

Diante de todas essas irregularidades, foram expedidos autos de infração e de constatação, respectivamente, pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas e pela Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

A Secretaria de Estado de Saúde coletou amostras da água da rede de abastecimento destinada a consumo humano para análise da qualidade. O objetivo é saber se ela está sendo tratada.

Crime ambiental

O lançamento de efluentes não tratados também configura crime de poluição. Por essa razão, agentes do Batalhão de Polícia Ambiental levaram o proprietário do parque aquático à Delegacia Regional de Arapiraca, que instaurou um inquérito policial em virtude da conduta.

Nos termos do art. 54 da Lei nº 9.605/2008, o gestor responderá por causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora.

O flagrante das irregularidades foi realizado pela Equipe de Segurança de Barragens da FPI do Rio São Francisco, que também conta com representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de Alagoas. O grupo também fiscaliza as atividades econômicas de piscicultura e de carcinicultura pela força-tarefa.

A FPI do Rio São Francisco

A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do Rio São Francisco) iniciou a sua 13ª etapa de ações em defesa do Velho Chico e da população ribeirinha localizada no Estado de Alagoas. Seu objetivo é melhorar a qualidade ambiental da Bacia do Rio São Francisco e a qualidade de vida dos seus povos. Os trabalhos acontecem de forma contínua e permanente. Para isso, realizam-se o diagnóstico dos danos ambientais e a adoção de providências administrativas, cíveis e criminais com a indução de políticas públicas.

FPI em Alagoas

Ao todo, 28 instituições/órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada compõem a FPI do Rio São Francisco em Alagoas. Eles são divididos em 13 grupos conforme a finalidade da fiscalização. Trata-se das equipes 1) Extração Mineral e Resíduos Sólidos; 2) Produtos de Origem Animal; 3) Recursos Hídricos; 4) Aquática (Pesca Predatória e Segurança no Transporte Aquaviário); 5) Produtos Perigosos; 6) Fauna; 7) Centros de Saúde; 8) Flora; 9) Educação Ambiental; 10) Comunidades Tradicionais; 11) Gestão Ambiental; 12) Segurança de Barragens; e 13) Projeto Sede de Aprender.

A FPI do Rio São Francisco em Alagoas é coordenada pelo CBHSF, MPE, MPF e BPA/PMAL, que desenvolvem os trabalhos de inteligência, organização e divulgação das atividades e resultados para a população.

Participam da FPI AL: a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal)Agência Nacional de Mineração (ANM), Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal)Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar do Estado de Alagoas (BPA/PMAL)Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Francisco (CBHSF), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea/AL)Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas (CRMV/AL), Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região (CRT-3), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Fundação Cultural PalmaresInstituto Hori, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), Instituto Para Preservação da Mata Atlântica (IPMA)Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)Marinha do Brasil, Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE), Ministério Público Federal em Alagoas (MPF)Ministério Público do Trabalho em Alagoas (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas (OAB/AL), Polícia Rodoviária Federal (PRF)Secretaria do Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH)Secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (SEMUDH)Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), SOS CaatingaTribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE/AL) e Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

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