Fiscalização alerta para riscos à saúde em meio à escassez hídrica no semiárido alagoano
Água é vida — e no sertão, é também esperança. No entanto, diante dos efeitos do aquecimento global e da escassez hídrica cada vez mais severa no semiárido, o desafio do acesso à água segura se intensifica. Durante a 15ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco, realizada em municípios da região, chamou a atenção o alto número de veículos transportadores de água circulando para abastecer comunidades mais distantes.




A equipe de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Urbano concentrou suas ações em verificar não apenas a existência do transporte por carros-pipa, mas principalmente a qualidade da água oferecida à população. O objetivo é assegurar que a água chegue dentro dos padrões adequados para o consumo humano, preservando a saúde das famílias que dependem desse recurso.
O que se constatou, no entanto, foram irregularidades preocupantes: veículos com tanques sem vistoria, captação de água em pontos inadequados e em desacordo com a legislação, além do descumprimento do tratamento necessário exigido pelo Ministério da Saúde. Essas falhas aumentam os riscos de contaminação e colocam em perigo comunidades já vulneráveis pela realidade da seca verde — quando, apesar da paisagem verde aparente, as reservas hídricas não suprem as necessidades da população.
Para a coordenadora da equipe, Elizabeth Rocha, é preciso que o poder público assuma sua responsabilidade: “O que observamos não é apenas um problema de transporte, mas de saúde pública. As prefeituras precisam ter consciência da importância de garantir que a água entregue à população esteja dentro dos padrões de potabilidade. O cumprimento da legislação é essencial para preservar vidas, especialmente em um contexto de seca e escassez como o que estamos vivenciando no semiárido.”
A atuação da FPI do São Francisco demonstra a relevância da fiscalização integrada como instrumento de proteção à saúde pública e ao meio ambiente, reforçando o compromisso das instituições envolvidas com a população e com a gestão responsável da água.
A equipe Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Urbano é composta por técnicos do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), Conselho Regional de Química da 17ª Região (CRQ-17), Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 3ª Região (CRT-3), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), Ministério Público de Alagoas (MP/AL), Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).
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