FPI promove educação ambiental que torna alunos guardiões da natureza em São José da Tapera

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Atividades lúdicas, palestras e análises de água marcaram a visita da equipe Sede de Aprender à escola do povoado Caboclo

A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco levou, nesta sexta-feira (22), um verdadeiro show de educação ambiental à Escola Municipal Antônio Agostinho dos Anjos, no povoado Caboclo, em São José da Tapera. A ação foi realizada em parceria com o projeto Sede de Aprender, com o IMA, BPA e o SOS Caatinga, organização da sociedade civil que capitaneia o programa Guardiões da Caatinga.

Ao longo da manhã, alunos do 1º ao 5º ano participaram de atividades lúdicas, palestras e demonstrações sobre a preservação da caatinga, sua fauna e flora. Enquanto isso, técnicos do Instituto do Meio Ambiente (IMA) realizaram a coleta de amostras da água consumida na escola, que serão analisadas em laboratório. O resultado, esperado em até 48 horas, será encaminhado ao Ministério Público de Alagoas para monitoramento ou adoção de providências, se necessário.

Crédito: Luciano Barbosa (@lucianobarbosadasilva) e Guilherme Freire (@guilherme_freire98)

Um dos pontos altos da programação foi a participação dos próprios adolescentes do povoado, que começaram sua trajetória como “defensores mirins” e hoje são reconhecidos como Guardiões da Caatinga. Agora, eles se preparam para assumir o papel de multiplicadores, ensinando as crianças mais novas sobre a importância de proteger o bioma e seus recursos.

Vozes da transformação

Para a promotora de Justiça Lavínia Fragoso, coordenadora da FPI e titular da Promotoria de Recursos Hídricos, a experiência mostra que a educação é uma ferramenta essencial para transformar a realidade:

“A FPI está sempre em aprimoramento. Nosso trabalho no projeto Sede de Aprender começou focado na análise da água, mas hoje também envolve educação ambiental com as crianças, abordando temas como desmatamento, fauna e flora. O futuro do Rio São Francisco depende delas. São essas crianças que vão promover mudanças de comportamento também dentro de casa”, destacou.

Segundo o secretário de Educação de São José da Tapera, Renildo de Oliveira Pereira, o projeto está criando uma cultura de continuidade na escola:

“Agora, nosso objetivo é que os alunos que já passaram por esse processo formem os novos guardiões. A educação ambiental precisa ser trabalhada desde a base, com parcerias fortes como a que temos com o SOS Caatinga e o Ministério Público”, afirmou.

A zootecnista Gisele Dubeux, do SOS Caatinga, reforçou o papel da comunidade nesse processo:

“Este trabalho não se limita à FPI, ele acontece ao longo de todo o ano. Mostramos a importância da caatinga, um bioma único, rico e essencial para a conservação da natureza”, ressaltou.

“A educação ambiental aproxima a comunidade da fauna e da flora, e as crianças se tornam multiplicadoras desse conhecimento em casa”, afirmou a cabo Marta Mendonça, do núcleo de educação ambiental e taxidermia do BPA.

O consultor ambiental do IMA, Meraldo Rocha, lembrou que a iniciativa já apresenta resultados concretos:

“De edição em edição da FPI, vemos avanços na forma como as comunidades tratam a água e o meio ambiente. A aceitação do projeto pelas escolas, professores e alunos é muito positiva, e isso nos motiva a seguir em frente”, avaliou.

Experiências que ficam

Os alunos da escola já participam de oficinas de reaproveitamento de materiais, como a transformação de antigas gaiolas em utensílios e peças decorativas.

O professor Enaldo dos Anjos destacou a importância da capacitação oferecida pelo SOS Caatinga:

“Nossos professores foram formados dentro desse contexto e hoje atuam como multiplicadores com as crianças. Isso traz um impacto enorme para o futuro dos alunos, despertando até o interesse por novas profissões ligadas às ciências da vida”, disse.

Já o jovem Gustavo Elias, um dos Guardiões da Caatinga, resumiu em poucas palavras o sentimento que move o grupo:

“Proteger a caatinga é proteger a nossa vida. Aprender isso na escola e poder ensinar aos mais novos é um orgulho para todos nós”.

A equipe Sede de Aprender é composta por técnicos do IMA, BPA, SOS Caatinga e Tribunal de Contas do Estado de Alagoas, além do próprio Ministério Público do Estado de Alagoas.

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