FPI do São Francisco flagra irregularidades em criatório de aves em Arapiraca

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Durante mais uma ação da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco) a equipe Fauna constatou irregularidades em um criatório de pássaros que, embora possuísse autorização legal para funcionar, estava operando em desacordo com as normas ambientais. No local, situado em Arapiraca, foram encontradas várias espécies com anilhas falsas e adulteradas, o que impediu os técnicos de identificarem a origem dos animais. Parte das aves foi recolhida e encaminhada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), localizado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para que recebam os cuidados devidos e, em seguida, sejam reintroduzidas à natureza.

Os criatórios de aves, também conhecidos como criadouros conservacionistas ou comerciais, são espaços autorizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou pelos órgãos ambientais estaduais para a reprodução e manutenção de espécies da fauna silvestre. Eles podem atuar tanto na conservação de espécies ameaçadas – que fazem parte da lista vermelha – quanto no comércio legal de animais, desde que sigam regras rígidas de manejo, estrutura, higiene e bem-estar dos bichos.

No entanto, quando esses espaços apresentam irregularidades, colocam em risco a saúde e a sobrevivência das aves, além de abrirem brechas para práticas ilegais, como o comércio ilegal de animais capturados da natureza. Por isso, a fiscalização constante é considerada essencial para garantir que os criatórios realmente cumpram sua função legal e não se transformem em pontos de tráfico ou maus-tratos.

A coordenadora da equipe de Fauna da FPI, Diandra Silva, chefe da fiscalização do Ibama/Alagoas, explica que operações como essa são fundamentais para coibir fraudes e preservar a biodiversidade da bacia hidrográfica do Rio São Francisco: “Quando um criador descumpre as regras, prejudica não apenas os animais, mas todo o esforço de conservação. Nosso trabalho é assegurar que a legislação seja cumprida e que essas espécies tenham a chance de continuar existindo em equilíbrio com a natureza”, destacou.

A coordenadora-geral da FPI, Lavínia Fragoso, também destaca a necessidade de a fiscalização chegar até esses criatórios: “A Fiscalização Preventiva Integrada tem evoluído constantemente para acompanhar as diferentes formas de ameaça à biodiversidade da bacia hidrográfica do Velho Chico. Os criatórios autorizados de fauna silvestre, quando funcionam de acordo com a lei, cumprem um papel importante na conservação e no controle do comércio legal de animais. No entanto, é nossa responsabilidade verificar se essas estruturas estão de fato atuando dentro das normas. A inclusão desses criadouros como novos pontos de interesse da FPI é fundamental para impedir irregularidades que possam comprometer a saúde das espécies, abrir espaço para fraudes ou até para a legalização de animais retirados ilegalmente da natureza. O Ministério Público e todas as instituições parceiras reforçam, com isso, o compromisso de assegurar que a legislação seja cumprida e que o equilíbrio ambiental do Rio São Francisco seja preservado”, declarou.

Resgate em ambiente ilegal

Já em Olho d’Água das Flores a FPI resgatou outros 34 pássaros. No entanto, os animais não pertenciam a nenhum criatório. Eles estavam na casa de uma pessoa que não possuía qualquer autorização legal para criar e cuidar deles, o que levanta a suspeita de que podem ter sido retirados do seu habitat natural.

Triagem e volta ao habitat natural

Todas as aves resgatadas passarão por avaliação veterinária e, após a recuperação, deverão ser reintegradas ao meio ambiente, reforçando o compromisso da FPI com a proteção da fauna e o combate a práticas predatórias.

A equipe Fauna é composta por Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).

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