15ª etapa promove oficinas, capacitação de professores e gincana escolar em defesa do meio ambiente
Palestina/AL – Na comunidade quilombola Vila Santo Antônio, em Palestina, crianças, professores e famílias participaram de atividades que uniram aprendizado e prática em defesa da natureza. A cena marcou a passagem da 15ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do Rio São Francisco em Alagoas pelo município, que, nesta terça-feira (19), promoveu oficinas, capacitação e gincanas educativas com foco na preservação ambiental e no uso sustentável dos recursos naturais.
“O trabalho da FPI vai além da fiscalização. Ele é uma oportunidade de diálogo, de troca de saberes e de fortalecimento da cidadania ambiental. Quando capacitamos professores, mobilizamos estudantes e envolvemos comunidades tradicionais, estamos plantando sementes de transformação que permanecem mesmo após o encerramento da operação”, destacou Pedro Normande, coordenador da equipe de Educação Ambiental.
A equipe responsável pelas atividades é formada por técnicos da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal), do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).

Professores recebem capacitação sobre práticas ambientais
Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), professores da rede pública participaram de uma capacitação técnica conduzida pela Adeal. O encontro abordou o uso correto de agrotóxicos, zoonoses de relevância para a saúde pública — como brucelose e tuberculose —, consumo seguro de alimentos de origem animal e boas práticas ambientais.
A supervisora da Semarh, Dionarí Santos, destacou que a formação traz benefícios de longo prazo:
“Essa temática é fundamental porque começa com os alunos e depois se estende ao município. Discutimos os 5R da sustentabilidade [Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar] e apresentamos experiências de sucesso com cooperativas de catadores. É uma construção que começa na sala de aula, mas que vai além, envolvendo toda a comunidade”, afirmou.
A professora Kátia Oliveira, da rede municipal, avaliou que a atividade trouxe um chamado à ação:
“A palestra trouxe um choque de realidade. Nós temos consciência, mas muitas vezes não colocamos em prática. Agora, entendemos melhor como a coleta seletiva pode ajudar a reduzir a poluição e vamos trabalhar para aplicar isso no dia a dia da escola e da comunidade”, disse.

Oficina de sabão ecológico mobiliza comunidade quilombola
Na comunidade quilombola Vila Santo Antônio, a equipe promoveu uma oficina de sabão ecológico em parceria com a Escola Pedro Nogueira. A atividade destacou o impacto do descarte incorreto de óleo de cozinha no meio ambiente e apresentou alternativas de reaproveitamento, transformando o resíduo em produto de limpeza doméstica.
Para Catarina Soares, supervisora de resíduos sólidos da Semarh, a oficina aproximou a educação ambiental da realidade local:
“O sabão ecológico é uma forma prática de reutilizar resíduos que seriam descartados de maneira incorreta. Além de proteger o meio ambiente, pode gerar renda e promover uma economia circular. Muitas vezes, vizinhos trocam insumos e passam a desenvolver juntos a produção. É uma prática que envolve toda a sociedade”, explicou.




Gincana escolar estimula preservação ambiental
No período da tarde, cerca de 300 estudantes da rede pública participaram de uma gincana ambiental. Em formato lúdico e interativo, as atividades abordaram coleta seletiva, uso consciente da água, preservação da fauna e da flora, crimes ambientais e práticas de sustentabilidade.
As equipes vencedoras foram premiadas com passeios ecológicos, incluindo visitas a reservas naturais, trilhas, atividades em barco-escola e zoológicos conservacionistas, ampliando a experiência prática dos alunos com a temática ambiental.

Importância da 15ª etapa da FPI
A Fiscalização Preventiva Integrada é um programa interestadual que reúne órgãos ambientais, de segurança e de controle com o objetivo de combater práticas ilegais, proteger o patrimônio natural e cultural e promover a inclusão das comunidades tradicionais da bacia do Rio São Francisco.
Em sua 15ª etapa em Alagoas, a iniciativa tem priorizado a integração de ações educativas ao trabalho de fiscalização, consolidando práticas sustentáveis e envolvendo cada vez mais comunidades locais.
Segundo Pedro Normande, o caráter pedagógico das ações amplia o alcance da operação:
“A FPI não se resume à repressão. Ela busca conscientizar, mostrar caminhos e empoderar as comunidades para que sejam protagonistas da preservação ambiental. Quando um aluno entende a importância da coleta seletiva ou quando uma comunidade aprende a transformar resíduos em produtos úteis, estamos garantindo mudanças que beneficiam não apenas o presente, mas também as próximas gerações”, concluiu.
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