FPI fiscaliza indústrias de cerâmicas da região de Guanambi, sudoeste baiano

Compartilhe

O segundo dia de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) começou em ritmo acelerado no município de Guanambi, sudoeste da Bahia. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) é uma das instituições participantes do programa, que reúne ações de mais de 260 profissionais, entre técnicos, policiais, membros do Ministério Público da Bahia (MP-BA), servidores e colaboradores de 42 órgãos públicos e entidades do meio ambiente. 

Na manhã desta terça-feira (15), as ações iniciaram com foco em fábricas de cerâmicas, buscando identificar não apenas irregularidades relativas à preservação ambiental, mas também descumprimento de normas de segurança do trabalho na atividade. As operações de campo, além de Guanambi, abarcam mais 12 municípios: Mortugaba, Jacaraci, Urandi, Pindaí, Sebastião Laranjeiras, Candiba, Palmas de Monte Alto, Caetité, Igaporã, Iuiu, Malhada e Carinhanha.

Coordenador da FPI e da equipe Cerâmica, José Augusto Pinto de Queiroz (Crea-BA) destaca algumas frentes de trabalho nessa etapa: “A fiscalização visa levantar toda situação relativa ao meio ambiente, ambiente de trabalho e responsabilidade técnica. Estamos previstos para visitar 26 empreendimentos até o final da operação”.

A programação inclui, ainda, um encontro de ceramistas, no dia 23, para orientar nas alternativas de solução dos problemas levantados durante a operação. Do ponto de vista dos empreendedores, a operação ganha relevância por seu viés educativo, observa Jair Nogueira Fernandes Júnior, que trabalha como ceramista. “As ações nos permitem trabalhar da forma correta, vistoriar os equipamentos e verificar como está sendo a queima, em nome da preservação do meio ambiente”, pontua. 

REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL 

A analista técnica e engenheira Lara Lacerda esclareceu algumas ações realizadas nesta terça-feira. “O nosso trabalho na equipe de cerâmicas compõe verificar a regularidade ambiental da atividade e, dentro disso, solicitamos documentos e debatemos alguns dados que esses documentos veiculam, por exemplo, que existe um responsável técnico pela lavra, se o relatório anual de lavras contém a capacidade produtiva, entre outros elementos”. 

Lara relata que na visita desta terça-feira não foi verificada a presença de madeira nativa, um ponto muito positivo para a fiscalização. Dessa forma, a empresa foi orientada sobre a necessidade dela se cadastrar, ler a licença ambiental, o plano de manejo florestal, ter o documento de origem florestal, para ser informada a origem da madeira usada nos fornos. “Também instruímos sobre o controle das emissões atmosféricas, o controle da madeira quando nativa ou quando exótica e o controle do uso da água. Verificamos que não havia uso de água fluvial, e sim aquisição de água em carro pipa, por exemplo”. 

No entanto, um aspecto negativo observado pela engenheira foi a falta de uso de equipamentos de proteção individual (EPIs): “Os fornos são fontes de emissão de calor e percebemos que muitas vezes a proteção não está adequada. Muita gente utiliza camisas de lycra ou malha sintética, que não são indicadas porque podem grudar na pele em caso de incêndio, por exemplo”.

TRADIÇÃO E MEIO AMBIENTE 

Para Augusto Pinto, a FPI também preza pela tradição dessas práticas do São Francisco, permitindo que a atividade, pautada por saberes tradicionais, seja preservada sem prejuízo às tradições, mas com respeito ao meio ambiente sempre. “Tem cerâmica em quase todas as regiões do Velho Chico, muitas delas já visitamos anteriormente e vamos verificar o cumprimento das notificações apresentadas na época”, observa. 

Vale ressaltar que, como desdobramento da outra etapa da FPI na região, foram realizados Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) e ações civis públicas, medidas adotadas pelo MP que contribuíram para verificar avanços nos empreendimentos.

O trabalho contínuo e retorno permitem o monitoramento e correção das atividades fiscalizadas: “Conseguimos observar que, a cada visita, há uma melhoria, um entendimento melhor do empreendedor, que já não olham as medidas como uma questão de despesa, mas de investimento e melhoria do seu empreendimento. Isso é positivo, porque evita mais degradações ambientais e acidentes de trabalho”, garante ele.

15 etapa FPI AL

FPI promove educação ambiental que torna alunos guardiões da natureza em São José da Tapera

A FPI do São Francisco promoveu, nesta sexta (22), um dia especial de educação ambiental na Escola Antônio Agostinho dos Anjos, em São José da Tapera. Em parceria com o projeto Sede de Aprender, IMA, BPA e SOS Caatinga, alunos do 1º ao 5º ano participaram de oficinas, palestras e atividades sobre a preservação da caatinga. A iniciativa fortaleceu o protagonismo dos jovens Guardiões da Caatinga, que agora assumem o papel de multiplicadores do conhecimento ambiental em sua comunidade.

FPI flagra lixão em São José da Tapera e aplica multa de R$ 80 mil

A Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco flagrou a existência de um lixão em São José da Tapera/AL, onde foram encontrados resíduos diversos descartados a céu aberto em área que deveria estar em recuperação ambiental. A irregularidade resultou em multa de R$ 80 mil aplicada pelo IMA/AL, além de auto de infração e ocorrência policial. A prática configura crime ambiental e descumpre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determinou a erradicação dos lixões desde 2010.

Leia mais »

Municípios alagoanos recebem orientações da FPI para fortalecer política ambiental local

Municípios alagoanos recebem visitas técnicas da equipe de Gestão Ambiental da FPI do São Francisco, que orienta gestores sobre criação de políticas municipais de meio ambiente, fortalecimento do licenciamento, fiscalização e implantação da educação ambiental nas escolas. A ação busca ampliar a governança ambiental local e garantir políticas públicas permanentes em defesa da natureza.

Leia mais »

FPI flagra laticínio e pocilga clandestinos em Major Izidoro e recolhe quase uma tonelada de alimento impróprio para consumo

Na 15ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) em Major Izidoro/AL, foram interditados um laticínio e uma pocilga clandestinos por funcionarem sem licença ambiental e em condições precárias de higiene. A operação resultou na apreensão de 990 kg de queijo impróprio para consumo, mais de 140 suínos criados irregularmente, além de embalagens falsificadas e rótulos sem registro. Seis autos de infração e dois embargos foram aplicados. A ação, conduzida por Adeal, IMA/AL, CRMV/AL e BPA, reforça o combate a atividades ilegais que colocam em risco a saúde pública e o meio ambiente.

Leia mais »

Guardiões do Velho Chico: combate à pesca predatória protege vida e sustento no São Francisco

Na 15ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco, a equipe Aquática intensificou o combate à pesca predatória, apreendendo dezenas de covos clandestinos e cerca de 2,5 mil metros de redes ilegais. Parte dos peixes e camarões encontrados foi devolvida ao rio, reforçando o compromisso com a preservação do ecossistema e a garantia do sustento das comunidades ribeirinhas.

Além da retirada de petrechos irregulares, a operação contou com inspeções navais da Marinha do Brasil em embarcações e estruturas de aquicultura, resultando em notificações por irregularidades. A ação conjunta do Ibama, Polícia Federal, Batalhão de Polícia Ambiental e Marinha mostra que proteger o Velho Chico é também proteger a vida e a cultura que dele dependem.

Leia mais »

FPI em comunidades tradicionais: relatos reforçam urgência em saúde e educação em Pão de Açúcar

A equipe de Comunidades Tradicionais e Patrimônio Cultural da FPI visitou, nesta terça (19), os quilombos Chifre de Bode e Poço do Sal, em Pão de Açúcar (AL), para ouvir demandas e verificar políticas públicas. Foram identificados problemas graves: obras da escola quilombola paradas desde 2016 e transporte escolar precário; atendimento de saúde sem estrutura adequada; abastecimento de água irregular e coleta de lixo instável. O Incra orientou sobre titulação coletiva e mulheres relataram desafios na agricultura familiar e riscos de aliciamento para trabalho escravo; a Rede Mulheres reforçou protocolos de proteção.

Leia mais »