Em Caetité, FPI resgata aves silvestres e reforça combate ao comércio ilegal

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A equipe da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) do São Francisco realizou, nesta terça-feira (15), ações em Caetité, no sudoeste baiano, que resultaram no resgate de 65 aves silvestres, muitas delas ameaçadas de extinção, além da fiscalização de criadouros de passeriformes. A ação, conduzida pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a ONG Animallia, também incluiu a apuração de denúncias e atividades de sensibilização ambiental na região.

O trabalho faz parte de um esforço contínuo para preservar a biodiversidade e intensificar a fiscalização de criadores amadores de aves. Frederico Santos, coordenador de Fauna da FPI e técnico ambiental do Inema, destaca que a criação irregular de animais silvestres é uma das maiores preocupações: “Conversamos com a população sobre o papel crucial desses animais na natureza, como a dispersão de sementes realizada pelas aves. Quando retirados de seu habitat natural, eles deixam de cumprir suas funções ecológicas, causando um impacto direto no equilíbrio ambiental”.

O integrante da FPI explica que, além das condições inadequadas de cativeiro, como gaiolas pequenas e ambientes insalubres, muitos animais resgatados sofrem maus-tratos, especialmente aqueles capturados para o comércio ilegal. “Eles são encontrados feridos ou em péssimo estado de saúde. Em áreas rurais, onde é comum manter pássaros em cativeiro, o problema se intensifica, sobretudo pela captura para fins comerciais”, ressalta. 

Segundo o Policial Rodoviário Federal Marcos França, as rotas de tráfico de animais no estado da Bahia são constantemente monitoradas: ‘Nosso foco é impedir o transporte ilegal de animais, especialmente aqueles destinados a outras regiões do país. Identificamos rotas que conectam o Nordeste ao Sudeste, frequentemente utilizando feiras livres para a comercialização dos animais’, explica.

A FPI também tem como objetivo corrigir irregularidades em criadouros legalizados. Além de autuar os criadores fora da lei, o programa se dedica à conscientização da população, destacando a importância de manter animais silvestres somente com as licenças adequadas, evitando assim a criação ilegal e o comércio clandestino.

RESGATE E ENTREGA VOLUNTÁRIA

Os animais resgatados foram levados para triagem em Guanambi, sede da FPI na região, onde veterinários da equipe de Fauna realizam uma avaliação detalhada. Vanessa Santana afirma que, ao chegarem à base de operações, os animais passam por exames para determinar se estão aptos para serem devolvidos à natureza.

“Quando encontramos animais feridos ou em estado crítico de saúde, iniciamos o tratamento imediato. Caso o quadro não possa ser revertido localmente, eles são encaminhados aos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Inema, onde recebem cuidados especializados”, explica Vanessa, ressaltando que, após a recuperação, os animais são liberados em operações coordenadas pelo órgão.

Dentro do eixo de educação ambiental, a FPI também busca mobilizar a população na luta contra atividades ilegais que ameaçam o meio ambiente, incentivando a denúncia e a entrega voluntária de animais silvestres mantidos em cativeiro, sem penalidades. 

Nesta etapa, as entregas podem ser realizadas na Base Operacional da UAB, dentro do espaço da CODEVASF, na Av. Deolinda Martins, 166, Santo Antônio, Guanambi.

AVES RESGATADAS 

14 azulões

7 periquitos da caatinga

3 pássaro preto 

1 corrupião 

3 tico-tico-rei-cinza

6 cardeais 

1 Maracanã verdadeira

1 periquitão Maracanã 

11 trinca-ferro 

1 bico de pimenta 

6 canários da terra

2 golinhos 

1 bigodinho 

5 baianos

1 papa capim

1 sabiá poca

1 sabiá laranjeira 

Total: 65 aves

15 etapa FPI AL

FPI promove educação ambiental que torna alunos guardiões da natureza em São José da Tapera

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FPI flagra lixão em São José da Tapera e aplica multa de R$ 80 mil

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Além da retirada de petrechos irregulares, a operação contou com inspeções navais da Marinha do Brasil em embarcações e estruturas de aquicultura, resultando em notificações por irregularidades. A ação conjunta do Ibama, Polícia Federal, Batalhão de Polícia Ambiental e Marinha mostra que proteger o Velho Chico é também proteger a vida e a cultura que dele dependem.

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