A equipe de Segurança Hídrica e Alimentar da Fiscalização Preventiva Integrada da Bahia (FPI-BA) visitou as comunidades de Morro de Cima e Pedrinhas, no município de Muquém do São Francisco, e constatou vulnerabilidade hídrica na região.
Entre tantos problemas, os técnicos observaram deficiência na distribuição de água no território. Foram localizadas famílias que utilizam apenas dois litros de água para tomar banho. “Você vai gastar uns dois litros de água só mesmo pra se refrescar, já passou o sabão e o outro tirou”, disse um morador de Morro de Cima à equipe da FPI. Eles ainda relataram que muitas vezes o caminhão-pipa não vai até a localidade, chegando até a despejar a “sobra” na estrada.
Na comunidade de Pedrinhas, os caminhões-pipa chegam com mais frequência, mas a situação está longe de ser a ideal. Os moradores alegam que a água que sai do sistema de abastecimento não tem tratamento. Segundo eles, a água, oriunda do Rio São Francisco, chega de forma bruta em suas casas, sendo necessário “coar a água” para utilizar.
Foi relatado também à equipe que há uma grande incidência de problemas renais na comunidade. Os moradores desconfiam que a causa é a ingestão da água não tratada.
Coordenadora da Equipe de Segurança Hídrica e Alimentar da 49ª FPI-BA, Kathya Orrico afirma que a situação das comunidades é grave. “As famílias estão com dificuldades, inclusive alimentares, devido a falta de água para irrigar as pequenas plantações. Alguns moradores utilizam tecnologias de convivência com o semiárido, como sistemas de captação de água de chuva, cisternas, etc. e, dessa forma, conseguem manter parte de sua plantação de feijão, de milho, abóbora, melancia, dentre outros”, observa.
Ainda foram realizados testes em amostras de água, que foram analisadas junto à Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O diagnóstico demonstrou que em Morro de Cima a água estava contaminada por Escherichia coli, bactéria que pode provocar doenças, como infecção urinária e diarreia.
